Um mês após o trágico acidente que vitimou Soraya Rosendo Gomes, de 51 anos, e Maria Ideilde Gualter, de 81, a dor da perda ainda dá lugar à revolta. Familiares das vítimas cobram justiça e questionam a liberdade provisória concedida ao motorista apontado como responsável pela colisão.
O caso ocorreu na noite de 19 de abril, por volta das 21h45, no km 7,2 da BR-361, nas imediações do Condomínio Várzea de Jurema, em Patos, no Sertão da Paraíba. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o condutor de um VW/Polo, José Paulo Martins de Oliveira, de 50 anos, trafegava no sentido Santa Terezinha–Patos quando invadiu a contramão e colidiu frontalmente com um VW/Fox onde estavam as duas mulheres.
Soraya, contabilista, foi socorrida em estado grave e entubada ainda na ambulância, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na manhã seguinte no Complexo Hospitalar Regional de Patos. Maria Ideilde, professora aposentada, permaneceu internada por mais de três semanas e morreu no dia 12 de maio.
O motorista do Polo teve apenas ferimentos leves. Ainda de acordo com a PRF, ele se recusou a realizar o teste do bafômetro no local do acidente. José Paulo foi preso em flagrante e conduzido à Central de Polícia de Patos, autuado por homicídio culposo na direção de veículo automotor (Art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro).
No entanto, no dia seguinte, o juiz plantonista Mathews Francisco Rodrigues de Souza do Amaral homologou a prisão, mas concedeu liberdade provisória mediante fiança de R$ 5 mil. A decisão, segundo o magistrado, seguiu os princípios da legalidade e da proporcionalidade.
A medida revoltou familiares das vítimas, que alegam sentimento de impunidade. “O que mais nos revolta é ver alguém que tirou duas vidas em casa, como se nada tivesse acontecido. Nós queremos justiça”, declarou um parente que preferiu não se identificar.
Enquanto o processo segue na Justiça, os entes das vítimas seguem mobilizados, cobrando uma resposta que considerem à altura da tragédia. A lembrança de Soraya e Maria Ideilde, para eles, permanece viva — junto à esperança de que a responsabilização do acusado não se perca no tempo.
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