No dia 24 de outubro de 1903, a Vila de Patos foi elevada à condição de cidade graças à Lei n° 200, que foi sancionada pelo Presidente do Estado da Paraíba, Desembargador José Peregrino de Araújo, passando a ser chamada apenas de Patos. Distante 306 km da capital João Pessoa, a cidade é o terceiro município mais importante no estado levando-se em consideração os aspectos econômicos, político e social, ficando atrás apenas de João Pessoa e Campina Grande. O município se destaca como polo educacional, comercial, bancário, religioso e de saúde, tanto no Sertão paraibano, quanto em áreas de Pernambuco e Rio Grande do Norte. O município é o quarto mais populoso do estado, com uma população, de 108 766 habitantes, conforme estimativas do IBGE de 2021.
E, toda essa história, teve início em meados do século XVII, quando os Oliveira Ledo, partindo da Casa da Torre de Garcia D’Ávila, no recôncavo baiano, desceram o Rio São Francisco e chegaram ao lugar chamado Itatiunga (Pedra Branca) e instalaram as suas primeiras fazendas de gado. Entrando, na nova terra descoberta já habitava duas tribos indígenas, os Pegas e Panatis. Após várias batalhas os nativos foram obrigados a abandonar a região, à medida que seus domínios eram conquistados pelos brancos.
Depois das fazendas de gado fundadas por Oliveira Ledo, outras foram sendo formadas por colonizadores portugueses, que se estabeleceram com escravizados.
Segundo o historiado, José Romildo de Sousa, a denominação de Patos originou-se do nome de uma lagoa, hoje aterrada, situada às margens do rio Espinharas, a qual era conhecida por Lagoa dos Patos, em virtude da grande quantidade dessas aves ali existentes.
“O nome de Patos surgiu de uma lagoa que ficava situada bem próxima ao Rio Espinharas que, atualmente contorna a cidade. A lagoa vivia repleta de gansos, marrecos e de patos e ao redor dessa lagoa foram surgindo às primeiras edificações,” explicou Romildo.
Em 1752, o Capitão Paulo Mendes de Figueiredo e sua mulher Maria Teixeira de Melo, que residiam nos sítios de Patos e Pedra Branca, doaram parte de suas terras a Nossa Senhora da Guia.
Em 1772 foi construída a capela de Nossa Senhora da Guia que por vários anos pertenceu à Paróquia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, do município e comarca de Pombal. O sacerdote que lhe dava assistência religiosa residia lá. A devoção a Nossa Senhora da Guia foi crescendo e se divulgando sempre mais na vida dos sertanejos paraibanos. Diante dessa realidade, com apenas 16 anos de funcionamento, a capela foi promovida a Matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Guia aos 06 de outubro de 1788, por Provisão Régia, n.º 14.
“Patos não parou de crescer e sua população foi aumentando sempre mais. Pouco a pouco, foi se notando que a igreja Matriz ia se tornando muito pequena para abrigar os muitos fiéis de Nossa Senhora da Guia que frequentavam assiduamente o templo sagrado. Com isso, o Vigário da própria terra, Pe. Joaquim Alves Machado começou a se preocupar com tal questão. Demolir a igreja antiga não era possível. Tratava-se já de uma obra histórica para o povo de sua comunidade paroquial. Depois de longa pesquisa e muito debate, foi encontrada a melhor solução para o caso em questão. Construir outra igreja mais ampla e em outro local da cidade para que os devotos de Nossa Senhora da Guia tivessem um ambiente mais favorável para a vivência comunitária e litúrgica de sua fé cristã e católica. Assim, foi construído o novo templo católico de Patos no mesmo local onde hoje se encontra a atual Catedral de Nossa Senhora da Guia. E, a igreja antiga foi dedicada a Nossa Senhora da Conceição,” disse José Romildo de Sousa.
Hoje, Patos é sede do bispado e tem Dom Eraldo Bispo da Silva como bispo diocesano e conta com 36 paróquias.
Patos ocupa uma área de 508,7 km2, com uma altitude de 245 metros acima do nível do mar, possuindo o distrito de Santa Gertrudes interligado à cidade.
Comparada ao do Deserto do Saara, na África, pela presença de clima semiárido e quente, com temperaturas elevadas, baixos índices pluviométricos, baixa umidade relativa do ar e vento quente que sopra inesperado e sem aviso, características iguais ao clima desértico. A cidade está na 18ª colocação no ranking das 20 cidades mais quentes do Brasil. Ao longo do ano, ela apresenta uma amplitude térmica que varia em torno de 19 a 38 graus, podendo chegar a 41 graus nos longos períodos secos durante o dia e raramente inferior a 18 graus no período da noite, este perfil climatológico serviu para dar à cidade o título de “A Morada do Sol”.
Mesmo com o sol causticante, longos períodos de seca, numa terra onde a chuva insiste em aparecer de vez em nunca conseguimos encontrar as suas belezas naturais e exóticas como cactos que brotam do chão rachado, árvores com galhos secos, poeira, etc. Mas também é preciso dizer que basta cair às primeiras gotinhas de água das nuvens que tudo muda e o verde volta a reinar.
Em meio à vegetação acinzentada e um relevo ondulado, eis que aparecem nove corpos graníticos são os monólitos ou Inselbergs: Moro do Carioca, Serra Negra das Onças, Serrote da Lagoa, Serrote da Pia, Serrote Espinho Branco, Serrote Farinha dos Gatos 1, Serrote Farinha dos Gatos 2, Serrote Pedro Agostinho e Serrote Trapiá, que pela sua formação, seja de forma solitário ou em grupo, parece abraçar a cidade de Patos.
Essas elevações são ricas em biodiversidade, com uma composição que chama atenção por juntar variadas formações plantas nativa e algumas espécies exóticas. Perfeitamente adaptadas ao clima quente e seco. Algumas conseguem armazenar água e passar pela época de estiagem ainda verde, como é o caso do mandacaru.
Com relação ao abastecimento d'água, o primeiro marco do município, após o pioneirismo das cacimbas e o transporte do líquido precioso através dos lombos animais, é o Açude do Jatobá e a Barragem da Farinha. A cidade também é servida pela Barragem de Capoeira (no município de Santa Terezinha) e pelo complexo formado pelos açudes Açude Coremas Mãe D'Água. Há ainda, o Açude Mocambo e dezenas de poços tubulares que garantem o abastecimento da população.
Na área educacional, a cidade além de inúmeros estabelecimentos de ensino fundamental e médio, possuiu três instituições de nível superior: a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Universidade Estadual da Paraíba e o Centro Universitário de Patos (UNIFIP), sendo esse privado.
Economia
Patos, com potencial de consumo de mais de um R$ 1 bilhão em 2012, entrou no mapa das 20 cidades do interior do país com as maiores taxas de consumo. Segundo pesquisa realizada pelas empresas McKinsey e da Geomarketing Escopo, ela está inserida entre as cidades de interior que mais crescem em todo o Brasil, conquistando a 16ª colocação no ranking dos 20 municípios que devem apresentar maior consumo entre 2010 e 2020.
O levantamento realizado pelo instituto americano teve por objetivo, mapear o consumo e as novas perspectivas de mercado e a capital do sertão paraibano, empatou com importantes cidades como Caruaru (PE), Corumbá (MS) e Itaituba (PA).
Patos também foi apontada em ocupar a 6ª posição no PIB (Produto Interno Bruto) no estado da Paraíba, atrás apenas de João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux com R$ 692,747 milhões, em 2010, um acréscimo nominal de 12,6%.
A cidade localizada no sertão paraibano é considerada uma das mais importantes cidades do sertão do Nordeste por se apresentar como um polo comercial que abrange mais de setenta municípios do sertão nordestino. Tem seu ponto forte o comércio, o qual deixa sua população flutuante em torno de 130 mil pessoas. Em épocas festivas como o São João, o fluxo de turistas eleva a população para 200 mil pessoas aproximadamente. É também considerada a cidade de melhor distribuição de renda e estrutura urbana, com baixíssimos índices de violência urbana.
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Previdência Social-CAGED, atualmente a cidade conta com 11.984 trabalhadores no mercado formal de emprego, somando apenas os setores da iniciativa privada.
“Patos por ser uma cidade Polo atraí pra si pessoas de outras Cidades da Paraíba, do Pernambuco, do Rio Grande do Norte que veem aqui buscar os serviços de educação, saúde e dos diversos profissionais liberais, bem como a demanda no seu comercio. É uma cidade de grande expressão econômica na Paraíba com destaque para o comercio varejista, o setor de serviços, a construção civil, a administração publica e a indústria. Patos tem evoluído bem na geração de empregos formais durante este ano com saldo apresentado pelo CAGEDE, em virtude dos empregos que foram aí perdidos nesse período de pandemia e que estão sendo agora recuperados,” explicou a economista Roberta Trindade.
Turismo
Nos últimos tempos, o turismo de eventos vem ganhando muito espaço dentro desse contexto, a exemplo da tradicional Festa de Setembro, em homenagem à padroeira Nossa Senhora da Guia e os Festejos Juninos, todos eles já consolidados no calendário de evento da cidade.
“Em Patos tem muito para descobrir e visitar como o Santuário Cruz da Menina, local de oração e pagamento de promessas à criança que morreu espancada pela madrasta e virou ‘santa do povo’ ao atender ao pedido de um agricultor que andava em busca de água para a sua criação de animais. A Fundação Ernani Sátiro, as nossas igrejas que são belíssimas, como a matriz de Nossa Senhora da Guia, a igreja de Santo Antônio toda com belos azulejos e vitrais retratando as passagens bíblicas e o Terreiro do forró, no período junino, entre outras belezas locais,” enfatizou o turismólogo Gustavo Jerônimo.
Patos - Capital do Sertão
A cidade de Patos foi reconhecida como a capital do Sertão da Paraíba através da lei nº 12.418 de 14 de outubro de 2022, de autoria do deputado estadual Dr. Érico Djan. Sancionada pelo governador João Azevêdo e publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 15 de outubro.
Segundo o parlamentar, a cidade possui grande importância para o Sertão do estado, para cidades de outras regiões da Paraíba e municípios localizados em estados vizinhos, como Pernambuco e Rio Grande do Norte.
“Patos tem um potencial econômico, turismo e geográfico muito importante. a cidade possui centros educacionais que a tornam referência na região, além de fomentar o turismo religioso, através do Parque Cruz de Menina, da Catedral Nossa Senhora da Guia e no evento ‘Jesus é Bom Demais’, que atrai evangélicos de várias partes do Brasil,” argumentou o deputado Érico Djan.
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