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Audiência Pública debate tema da campanha sobre autismo com foco na saúde de quem cuida

Com o sub tema “Cuidando de quem cuida”, os participantes dissertaram sobre a importância do acompanhamento da saúde dos cuidadores.

18/04/2024 às 18h05
Por: Airton Alves Fonte: Da Redação com Assessoria
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Foto: Assessoria CM
Foto: Assessoria CM

De autoria do vereador Jamerson Ferreira (MDB) a Câmara Municipal de Patos-PB realizou na noite dessa quarta-feira (17) uma Audiência Pública para tratar sobre o Autismo, que esse ano traz como tema de sua campanha de conscientização “Valorize as capacidades e respeite os limites!“, destacando a importância de reconhecer e respeitar as habilidades e as particularidades dos autistas debateu, também, a necessidade de atenção específica para os pais de pessoas com transtorno do espectro do autismo (TEA). O requerimento Nº 135/2024 solicitando essa audiência foi aprovado, por unanimidade, durante Sessão Ordinária da última terça-feira, dia 16.

Com o sub tema “Cuidando de quem cuida”, os participantes dissertaram sobre a importância do acompanhamento da saúde dos cuidadores. Além do vereador Jamerson Ferreira, autor da propositura, participaram desta Audiência Pública a presidente da Mesa Diretora, Tide Eduardo, que conduziu os trabalhos; Ferré Maxixe, Nega Fofa, Emano Araújo, Fátima Bocão, Décio Motos, Ítalo Gomes, Davi Maia e Nadir, além do presidente da ASPAA – Associação de Pais e Amigos dos Autistas, Wescley Sousa; a vice-presidente da mesma entidade, a psicopedagoga Elizângela Torres Corsino; o psicólogo da UFCG – Universidade Federal de Campina Grande, João Paulo de Araújo Silva; o Secretário de Saúde, Leônidas Dias de Medeiros; a Secretária Adjunta do Desenvolvimento Social, Lucinha Peixto; advogado Roberto Medeiros, representante a OAB/Patos; o Presidente do CMDCA – Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, Samyr Xavier; a Diretora do Colégio e Curso Fera, Edlene Medeiros, além de representantes das escolas Vera Cruz, Rosa Mística; alunos do curso de psicologia da UNIFIP; UNOPAR; coordenadores (as) de gerencias de saúde, CAPS infantil e pais e mães de crianças com autismo. “Como pai de um filho autista, recordo que no início me senti sozinho nessa caminhada. Um pai aqui, outro ali... mas, com o passar do tempo, esses pais foram se juntando e fortalecendo essa luta”, rememorou Jamerson, durante pronunciamento de abertura. “Hoje não me sinto mais só”, observou o edil, ao destacar o engajamento de inúmeros pais e mães de crianças autistas que encampam a luta diária de cobrança por acesso aos serviços públicos de saúde, educação e a conscientização pelo fim do preconceito que existe em alguns ambientes, inclusive na escola, onde os autistas são mal compreendidos por conta das dificuldades na comunicação, interação social e de comportamento. Ainda na tribuna, Jamerson provocou o Secretário de Saúde Leônidas Dias, solicitando do Executivo que intensifique as campanhas de conscientização sobre o Autismo e aumente a capacidade instalada de atendimento, tanto para as crianças portadoras do TEA quando para os cuidadores. 

Durante os pronunciamentos, os debatedores foram unanimes em reconhecer a necessidade do acompanhamento de saúde dos cuidadores. “São os pais que carregam a carga maior no dia a dia, levando a criança para a terapia, escola, unidades de saúde e ainda enfrentam os julgamentos da sociedade e, muitas vezes, até mesmo da família. Essa sobrecarga provoca estresse que acabam desencadeando depressão, ansiedade e outros males de saúde mental”, relatou o presidente da ASPAA, Wescley Sousa, acrescentando que quando isso acontece, o tratamento dos autistas acaba ficando comprometido por conta da incapacidade do cuidador.

A senhora Aldeni Calisto de Amorim Silva, mãe do adolescente Petrônio Junior, de 15 anos, portador de autismo grau 3, falou sobre os problemas de saúde que são acometidos os cuidadores. “Eu passo por isso e acredito que todas nós mães enfrentamos esses problemas. Principalmente mães solo”, testemunhou a cuidadora, pedindo o apoio dos Poderes Públicos e da sociedade em geral.

Os problemas de saúde mental que acometem os cuidadores também foram confirmados pelo psicólogo da UFC, João Paulo Araújo. “As demandas que nos chegam das famílias, de profissionais e da sociedade em torno do acompanhamento de pessoas autistas, são muitas. Muitos pais, cuidadores e responsáveis se sentem impotentes”, relatou o psicólogo, relatando, ainda, outra preocupação com o grande número de fakes nas Redes Sociais, relacionados ao tema. “Outro dia uma mãe muito angustiada me procurou querendo saber mais sobre a suscetividade do filho desenvolver problemas cardíacos, pois tinha visto um vídeo que falava sobre essa possibilidade”, relatou o profissional, lamentando a existência de muitos conteúdos de desinformação na internet.

Por fim, durante seu pronunciamento, o secretário de saúde reconheceu que o atendimento especializado oferecido pelo município não consegue chegar pra todos, em que pese o esforço da administração. “Houve avanços, mas não o suficiente. Infelizmente, temos hoje uma capacidade instalada muito menor do que a esmagadora necessidade que temos”, reconheceu Leônidas Dias, acrescentando a falta de profissionais habilitados para atender as demandas. “Pra se ter uma ideia, há mais de 10 dias abrimos uma chamada pública para TOs e fonos, com salários dobrados, e até agora nenhum profissional se habilitou”, relatou o gestor de saúde, lamentando o desinteresse dos profissionais.

Após os debates, os participantes foram convidados para o coffee break que foi servido na área de estacionamento da casa Juvenal Lúcio de Sousa.

CM

02 de abril

O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo foi estabelecido em 2007 pelas Nações Unidas e, desde então, vem sendo celebrado como forma de aumentar a conscientização relacionada a todos os aspectos do transtorno do espectro do autismo (TEA).

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