O palanque do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Paraíba tem sido apontado como o principal impasse a ser resolvido na campanha do petista nos estados do Nordeste. Uma matéria da Folha de São Paulo destacou que o ex-presidente tem sinalizado apoio à pré-candidatura do senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB) ao Governo da Paraíba e ao ex-governador Ricardo Coutinho (PT) para o Senado, mas poderá ceder a apelos do seu principal aliado, o PSB, do atual governador João Azevêdo.
João também apoia Lula e o seu partido não descarta incluir a Paraíba no rol de acordos nacionais até as eleições. A Paraíba é o único estado do Nordeste que não foi visitado pelo ex-presidente Lula desde que ele retomou os direitos políticos, o que não impediu encontros de Lula com aliados do estado desde então.
O ex-presidente deverá ir à Paraíba ainda em julho, após ser sacramentado o cenário eleitoral no estado. Nas próximas semanas, as cúpulas de PSB e PT debaterão as alianças indefinidas nos estados.
O pré-candidato ao Senado pelo PT, Ricardo Coutinho, atualmente está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tomada em novembro de 2020 por abuso de poder político e econômico na eleição de 2014. A defesa do ex-governador aposta em um recurso no STF para reverter a inelegibilidade. A relatora do caso é a ministra Cármen Lúcia.
João Azevêdo e Ricardo Coutinho estão rompidos politicamente desde 2019. No entanto, integrantes da direção nacional do PSB não desistiram da tentativa de um acordo nacional com o PT para que os petistas apoiem oficialmente a reeleição de João Azevêdo. Outro entrave para Lula é a falta de unidade do PT na Paraíba. Uma ala, que inclui o deputado federal Frei Anastácio, segue aliada a João Azevêdo e não sinaliza que desembarcará da aliança governista para apoiar Veneziano e Ricardo Coutinho.
Federação
O palanque na Paraíba também deverá ser resolvido no comando da federação nacional de PT, PV e PC do B. Isso porque PV e PC do B são aliados de João Azevêdo. Como formam uma federação com o PT, os partidos não podem adotar caminho distinto dos petistas na formação das coligações para a chapa majoritária.
Lula e Ricardo Coutinho têm boa relação política. O entorno do ex-presidente costuma defender que o ex-governador demonstrou lealdade ao petista mesmo em momentos de baixa, como na prisão pela Lava Jato, no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e no segundo turno das eleições de 2014, quando Coutinho apoiou a petista e não Aécio Neves, divergindo da orientação do seu partido à época, o PSB.
Já o PSB é tido como principal aliado de Lula na disputa presidencial de 2022. O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin é filiado ao partido e será o candidato a vice-presidente na chapa do petista.
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